01 de setembro de 2011 - quinta-feira

RATOS, PÁSSAROS, CRUZ, CAMINHOS, ÁRVORE, CRIANÇA
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Vou assim pelas ruas: meus cabelos
libertos, esvoaçando a quatro ventos.
Não os posso prender e nem quero prendê-los
- que eles são braços de meus pensamentos!
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Vou assim pelas ruas da cidade:
- gravata frouxa, alma vagando ao léu...
Tenho a cabeça erguida por vaidade:
esta vaidade de fitar o céu.
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E vou sorrindo de meus próprios pensamentos!
(alma e cabelos esvoaçando aos ventos)
Eu sou o mais feliz dos infelizes.
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É que, em toda a minha vida,
sempre fui como árvore florida,
que ri do sofrimento das raízes...
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Ferreira Gullar

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