CRUZ, LUA, CAIXÃO, TORRE, CEGONHA
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Deus, que será de ti, quando eu morrer?
Eu sou teu cântaro (e se me romper?)
A tua água (e se me corromper?) Sou teu agasalho, sou teu afazer.
Vai comigo o significado teu.
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Não tens mais sem mim aquela casa, Deus,
que com quentes palavras te acolhia.
Perdem teus pés exaustos as macias
sandálias: também elas eram eu.
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De ti desprende-se o teu longo manto.
O teu olhar, que a minha face, quente
coxim acolhe, virá entrementes,
virá procurar-me longamente
e deitar-se depois, ao sol poente,
entre pedras estranhas, nalgum canto.
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Deus, que será de ti? Tenho medo, tanto...
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Maria Rainer Rilke
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