08 de janeiro de 2011 - sábado

LÍRIOS, LUA, URSO, CAMINHOS, ESTRELAS
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Deve- se estar sempre bêbado.
Eis a única questão.
Para de não se sentir o fardo horrível do tempo, que parte tuas espáduas e te dobra sobre a terra. É preciso te embriagares sem trégua.
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Mas de quê?
De vinho, de poesia ou de virtude?
A teu gosto mas embriaga-te.
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E se alguma vez sobre os degraus de um palácio, sobre a verde relva de uma vala, na sombria solidão de teu quarto, tu te encontras com a embriaguez já minorada ou finda, peça ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo aquilo que gira, a tudo aquilo que voa, a tudo aquilo que canta, a tudo aquilo que fala, a tudo aquilo que geme. Pergunte que horas são.
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E o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio, te responderão:
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É hora de se embriagar !!!
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Para não ser como os escravos martirizados do tempo, embriaga-te. Embriaga-te sem cessar.
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De vinho, de poesia ou de virtude. A teu gosto...
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Charles Baudelaire

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