05 de setembro de 2010 - domingo

CHICOTE, LUA, CRUZ, CEGONHA, CAMINHOS
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Se por vinte anos, nesta furna escura,
Deixei dormir a minha maldição,
- Hoje, velha e cansada da amargura,
Minha alma abrirá como um vulcão.
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E em torrentes de cólera e loucura,
Sobre a tua cabeça ferverão
Vinte anos de silêncio e de tortura,
Vinte anos de agonia e solidão...
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Maldita sejas pelo ideal perdido!
Pelo mal que fizeste sem querer!
Pelo amor que morreu sem ter nascido!
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Pelas horas vividas sem prazer!
Pela tristeza do que eu tenho sido!
Pelo esplendor do que eu deixei de ser!...
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Olavo Bilac

3 comentários:

Sandra Ayana disse...

As cartas de hoje me lembraram do mito de Deméter e sua maldição. Todos temos este ponto 'fictício' em alguma área da vida, marcado no nosso Mapa Astral. Portanto, carregamos uma 'maldição' que poderá ser desfeita ou não...

No poema, Olavo Bilac amaldiçoa sua amada pelo 'mal' que lhe causou.


Sandra Ayana

Soraia disse...

Esta carapuça me serviu!

Sandra Ayana disse...

Rsrsrs...Beijo, Soraia!