15 de novembro de 2009 - domingo

COBRA, HOMEM e TORRE
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Estou a amar-te como o frio
corta os lábios.
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A arrancar a raiz
ao mais diminuto dos rios.
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A inundar-te de facas,
de saliva esperma lume.
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Estou a rodear de agulhas
a boca mais vulnerável
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A marcar sobre os teus flancos
o itinerário da espuma
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Assim é o amor: mortal e navegável.
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Eugénio de Andrade

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